Achei uma faca, um pedaço de corda e uma tocha naquele lugar. Fiquei pensando durante um tempo, depois resolvi entrar no túnel pois já não tinha nada que pudesse fazer para sair de lá.
Entrei no túnel, e dei adeus à vida. Fiquei pensando se meu filho e minha esposa estavam bem, e senti que deveria voltar, mas como?!
De repente ouço um barulho, olho para os lados, e não vejo nada. De novo, e agora mais perto, com uma mão sangrando, e segurando a tocha, e outra com a faca apontando para frente. Como se eu fosse acertar alguma coisa, fui na direção do barulho.
Cheguei perto, achei que meu coração fosse saltar pela boca, e de repente, parou. Um garoto estava apontando uma lança na minha cabeça.
Tentei correr mas ele me agarrou e me jogou no chão. Desmaiei. Acordo no meio do nada, tudo escuro, minha faca e minha meia corda sumiram, só me restou a tocha. Aquele garoto tinha me roubado, fiquei com ódio mas não ia procurar ele, pois não sabia para onde ele foi. Continuo andando e acho uma escada descendo. Eu achava que não fosse possível descer mais do que já estava descendo.
Enfim, eu desci a escada. Estou em frente a uma porta, quando ouço barulhos vindo atrás de mim. Eu já sabia que era o garoto de novo, então me preparei, e quando ele avançou em cima de mim, dei um soco nele, e ele caiu.
Pego minhas coisas e tento amarrá-lo, ainda que conseguisse, não daria tempo, pois tudo começou a tremer, e a escada começou a cair. Não havia tempo, eu tinha que entrar pela porta, mas não ia conseguir deixar o garoto lá. Abri a porta e puxei-o para dentro, sem saber o que havia, deparo-me com uma luz branca, e ofuscante, que com o tempo me acostumei.
O garoto despertou, assustado e ofuscado pela luz, começou a berrar. No início fiquei assustado, mas depois percebi que ele não era “do mal”. Continuamos andando, por dias, até que o cenário mudou, e nos encontramos em um deserto, com areias douradas, voando no meio do nada. Por incrível que pareça, não estava fazendo calor, e o Sol não estava tão forte. De repente, ouço uma voz, assustado, olho para o lado e quem estava me chamando era o garoto. Perguntei o nome dele, e ele disse “eu me chamo Rick” aquela voz era familiar para mim, mas não me lembro de ter viso ele em qualquer outro lugar. Comecei a pensar na minha família e como um flash, minha vida inteira passou pela minha cabeça.
Lembrei que meu filho estava desaparecido, e minha mulher havia me deixado. Lembrei que o nome do meu filho era Rick, e que diziam que minha família tinha sido morta em um acidente que aparentemente eu cometi.
Continuamos andando, e foi ficando de noite. Encontramos uma árvore, com uma pedra embaixo dela, que corria água. Ficamos lá durante um tempo, e quando amanheceu continuamos a andar.
A paisagem mudou de novo, e dessa vez estávamos numa floresta, com árvores altas, quase não dava para ver o céu, pássaros cantavam alegremente, flores por todo o lado, e a grama era de um verde que nunca tinha visto em lugar algum.
Paramos um pouco para descansar, e observamos a paisagem ao redor. Pensei novamente em minha família, mas agora não conseguia lembrar, era como se minha vida tivesse sido um pesadelo, do qual me lembro somente de algumas partes.
O tempo passou, descansamos, e continuamos andando. Ouvimos tiros vindos de lugar qualquer, mas naquele lugar tão tranqüilo, e perfeito não pareciam ter caçadores.
Continua...
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